Dar liberdade a mente pode ser muito
perigoso. Caminho pelas ruas e vejo pensamentos cadeados, desejos
subordinados...
Escondi os meus fios cortados, as minhas desconexões pelas
entranhas do meu corpo, temo por ideias castradas...
Por isso não me toque, não sou como
as outras pessoas. Cada poro da minha pele esconde segredos...
Uma vida paralela, refugiada nas palavras que saem
compulsivamente pelas minhas veias e artérias afundando o meu organismo em
ambiguidades... Tingindo as minhas células de cor em uma sociedade que veste
preto.
Os meus passos são simétricos com a multidão, mas o meu
olhar não... Descompassa ao ver em meio as vestimentas pretas alguma cor escapando
pelas partículas do tecido, fixando em luzes emanadas de corpos demarcados por
tintas de todas as tonalidades.
Nem todo mundo consegue esconder a sua cor, qual é a sua?
Sabrina Stolle