sábado, 12 de outubro de 2013

Manhã cinza



A minha mente nesse exato momento borbulha sem limites. Sempre tento conter os meus pensamentos, mas às vezes as palavras escorrem e queimam quem eu deveria proteger.
A minha mente é um verdadeiro vulcão preste a entrar em erupção. Enquanto as lavas permanecem quietas a vida lá fora parece correr tranquila. Só eu sei o que acontece nas profundezas.
Enquanto o dia amanhece, o cheiro de café invade a casa. O pijama colorido circula pela cozinha, os lábios saldam um novo dia com ternura; o corpo parece estar em equilíbrio, a mente permanece inquieta.
Visualizo entre as folhas verdes do jardim um sabiá seu canto triste embrulha o meu estômago, sinto o vulcão movimentar-se cada vez mais rápido, corro para dentro e me tranco no quarto. Sinto as lavas descerem e subirem desordenadamente, o calor percorre o meu corpo queimando alma e coração.
Tento conter as emoções, não consigo. O vulcão explode, demarcando quem eu mais amava com cicatrizes.

Sabrina Stolle

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