Espanha as flores para Iemanjá.
No cais às ondas projetadas feito fantasmas.
Não cessa. Remexe rebusca na areia conchas, cores,
Pequenos tesouros nas profundezas.
O vento segue. Assobia no ar, canção de paz.
Agita as árvores. Bagunça o cabelo.
Bate nos prédios, nos carros. Nos pássaros. Não para.
Espalha aromas. Arrepia a pele.
O vento que arrasta o boneco de lata. O vento que destrói
a boneca da menina cheia de graça.
O vento que percorre o mar, as ruas, as casas.
O vento que caminha por todos os cantos, o vento que fere
até o desigual, da camiseta rasgada ao cetim dourado da regata.
Sabrina Stolle