quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Doçura

Era mais uma quarta feira sem sol.

Pegou o calendário e começou a exercer sua função:

Foi deixando um pouco de amor nas brechas, rachaduras e fendas do dia a dia.

Colou nos pequenos vãos duas pessoas que dançavam em uma cozinha iluminada apenas por velas.

Uma música de rádio que se vai a medida que as notas de um corpo com o outro aumentam.

 Fixou na rotina dois jovens que sob luzes coloridas enfeitam um ao outro com tintas e sorrisos.

Preencheu a falta de luz com uma pequena fogueira, histórias e sentimentos que vão se eternizando a medida que o fogo vira cinza.

Construiu pontes  entre um dia e o outro com chegadas e abraços. Com beijos e carinhos.

E regou a semana com um pouco de lágrimas, mas agora nunca sós.

Sabrina Stolle


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Dedicatória a um fã

Certo dia ouvi dizer que a poesia eternaliza pessoas e amores.
E quero deixar um pouco de você nas linhas, folhas e palavras .  Sei que inspiração não ira faltar, tenho os teus sorrisos, teu olhar sensível com a vida, um pouco dos seus pensamentos e ensinamentos. Quando paro para pensar nestes três anos da sua trajetória que pude te acompanhar, mesmo que de longe, me vem sempre uma imagem a cabeça: uma dinâmica em sala de aula cujo objetivo era entregar uma pedrinha para um numero restrito de pessoas na sala e dizer o porque a escolheu dentre tantas outras opções. Uma de suas pedrinhas foi dado a mim e ao me entregar você disse que era meu fã.
Isso me marcou por vários motivos, um deles por eu não ser o tipo de pessoa que compartilha sua vida, experiências e ações em sala de aula. Sempre fui muito restrita em relação a mim e saber que havia alguém neste mesmo ambiente que acompanhava minhas escritas e um bocado de coisas sobre a Sabrina que deixo em minhas poesias fez com que eu me sentisse especial. Não vou dizer que queria ter sido mais próxima, ter sido talvez amiga e não apenas colega de sala porque as vezes os sentimentos que temos por alguém meio que distante é igual a de uma amizade muito próxima. Você me disse algo que muitos dos amigos que tenho ao meu redor nunca expressaram. Sei que cada um tem sua forma de demonstrar o carinho pelo outro, mas você me ensinou a demonstra-lo independente de quem fosse. Uma pessoa na fila do supermercado, um paciente ou nosso melhor amigo. Sei que esse demonstrar não precisa ser verbal, as vezes um sorriso e um olhar já pode dizer muito. Sei que a vida e seus processos humanizados era um de seus dilemas.
Queria ter escrito uma poesia ou outra coisa cheia de você, mas ainda não consigo. Sabe a sua ultima frase? Então, ela me deixou muitas reflexões e ainda quero escrever muito inspirada nela e no amor.

Sabrina Stolle.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Fevereiro

Veja bem, este seu sapato não lhe caiu bem.
Não tem corda, não tem laço não dá nó.
Não tem fivela, cor caqui ou flanela que o deixe melhor.
Solo desgastado
desbotado de dar dó.

- Veja bem, não tem marca
Não tem grife e quem não grite
É um alvoroço e você samba daqui e samba de lá.
é Brasil é carnaval
O pé não para não relaxa até a  música acabar.

Meu bem, vejo só
é sapato velho que faz rima
nas notas da avenida até a dança findar.


Sabrina Stolle.